Recife e a peleja do sol contra a chuva.

recifeChuvaSol

De um lado do ringue, pesando 1,9891 x 1030 e se sentindo o centro do universo: o Sol. Trajando roupa vermelho-alaranjada e com complexo de superioridade, a estrela maior do sistema solar entra na briga com fogo nos olhos. Mal sabe ele, em sua ego-lombra estelar, que nos causa manchas na pele, câncer e a seca do Nordeste (que agora a gente, de tão bonzinho, emprestou para São Paulo).

Lá de cima, brilhando mais que o rosto de uma recifense às 11 da manhã na Conde da Boa Vista, o Sol, ilumina a Terra de canto a canto. A menos, claro, que você more na Groelândia (nesse caso, vai estar aquecendo suas mãos na lareira do iglu, e não lendo blogs de moda). E ele, todo poderoso, quente e com a auto-estima super-aquecida, espalhou pelas redes sociais e cartões postais da Via Láctea que, no Nordeste, é sol de Janeiro a Janeiro. Como explicar que, desde Julho, está esse puxa-encolhe da chuva? Um marketing pessoal mal feito, diriam os analistas das redes sociais. Além de esfriar a cabeça, o sol precisa mesmo é de um bom assessor de imprensa para gerenciar essa crise solar.

O fato é que, chegando de mansinho e correndo da raia logo que a situação esquenta, ela, a arqui-inimiga solar, a chuva, também está pronta para o embate celeste. Pesando 0,03 gramas por gota e usando a capa da invisibilidade de Harry Potter, a chuva vem desconstruindo todo o trabalho de auto-promoção publicitária feita pelo sol há 4,6 bilhões de anos. É só ele, o sol, dar uma bobeira, sair para fumar um cigarro ou perder o foco navegando no facebook, que pronto, nuvens com pancadas de chuva aleatórias dominam o céu da Veneza Brasileira.  Uma desavença milenar: o fogo contra a água, neste confronto que deixa as donas de casa aflitas com as roupas no varal.

Se cada um respeitasse seu espaço, chuva no inverno e sol no verão, a vida seria mais mansa e o clima mais ameno. Mas, cada um de um lado, como Caim e Abel, nascidos do mesmo pai, o universo, só querem mesmo sentar na janela da galáxia enquanto gritam “ eu pedi primeiro”.  Sofremos nós, recifenses, que levam a sombrinha na bolsa num dia que faz um sol triste e saem de havaianas quando chove e alaga tudo.

Vamos tirar no par ou ímpar aê, galera?

*A foto e o título são de Rodrigo Lobo. Só pequei carona no comentário que Tavinho, meu cunhado, fez no face dizendo “esse título merece um texto”. Pronto, comprei a briga, escrevi o texto e, de quebra, tirei as roupas do varal. Vai que…..

5 ideias sobre “Recife e a peleja do sol contra a chuva.

  1. Mariana Souza disse:

    e quem tem rinite chora kkkkkkkk

  2. Brenda Cristine disse:

    Bem isso, Mariana! Kkkkkkk

  3. Elaine Canha disse:

    kkkkk, com certeza a parte da rinite e da roupa no varal são as piores! Ótimo texto! Parabéns!

  4. Téta Barbosa disse:

    Quem tem rinite levanta a mão! Hahahahhahaahha. Todas choram.

  5. Mariana Souza disse:

    todas levantam a mão e espirram simultaneamente kkkkkkkk

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