14 de maio de 2015
O post que eu não fiz sobre a coleção de Kim Kardashian para C&A.
A atriz, celebridade de tv, modelo e socialite (não é sacanagem, fala isso dela no wikipédia), Kim Kardashian, é a mulher-melancia americana. A moça ficou famosa depois de protagonizar um vídeo caseiro erótico com seu namorado (de novo, isso não é sacanagem, é o que diz dela no wikipédia). Não que eu precise do wikipédia para validar o que eu considero como não-referência de vida, mas se está lá deve ser verdade e serve, tão somente, para reforçar minha indignação com a histeria das brasileiras com a coleção da C&A assinada por Kim.
Ah, sim, esse post era para ser sobre a coleção da C&A.
Sua brilhante carreira, de Kim não da C&A, dividida entre sex-tapes e vestidos decotados, gira em torno de, sei lá. Acho que gira em torno de pessoas que, por algum motivo que me foge ao entendimento, têm Kim como mulher-modelo-quero-ser-ela-quando-crescer e assistem, há NOVE temporadas, o reality show que mostra a vida de celebridade, escândalos e dramas fake que ela e suas irmãs levam. Coisa muito edificante para o progresso da humanidade.
Talvez, para entender o apelo carismático que ela tem sobre as mulheres, eu precise gastar mais do que eu tenho em terapia e frontal, portanto, me limito a deixar pra lá e fingir que não é comigo.
Sobre a coleção?
Ah, sim, a coleção.
É feita para mulheres como ela (ou o que é pior, que querem ser como ela): modelagem justa, muitos decotes, fendas, pernas e peitos para todo mundo ver.
Não sou Simone de Beauvoir, não queimo sutiens e carrego apenas 35% de feminismo trans. Apenasmente (#inventopalavras que deveriam existir) acredito que passamos da era em que mulher tem que mostrar a bunda para ser alguém, nesta terra de ninguém.
Meu existencialismo, no entanto, me impele a acreditar que o “homem está condenado a ser livre” e tenho que respeitar a liberdade dela, e de qualquer outra, de usar, fazer e dizer o que quiser.
Respeito, juro.
Porém.
Daí a dizer que vou elogiar a coleção da C&A, postar fotos das roupas no blog, dar gritinhos de histeria com a vinda de Kim Kardashian para o Brasil, minha filha, já é outra história. E como winter is coming, essa história é fria e calculista como um tratado matemático.
Seria promiscuidade literária considerar esse post um romance de costumes?
Não, não é romance, é apenas(mente) um post contra o todomundismo vazio de razões.
Sem mais, vou desligar o computador e assistir peppa pig para evitar a fadiga da timeline monotemática.
*Sei lá, mas acho que não gosto mais de blogs de moda.