Meu coração é (piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii).

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Tenho uma teoria: o Prefeito da Cidade do Recife e cantor de rádio nas horas vagas, Geraldo Júlio, saiu para tomar um café e o estagiário da Secretaria de Pegadinhas e Boatos (coisa que se leva muito a sério nesta cidade), aproveitando-se da ausência do excelentíssimo governante, se apoderou do computador do nobre político e espalhou um boato. Disse o recém contratado, em redes sociais, que a Prefeitura proibiu a execução da música  Vermelho no show de Fafá de Belém, que será realizado neste Carnaval, pois a mesma, tanto a cor como a música, estão associadas ao partido adversário.

Isto, fica claro, só pode ter sido trabalho de um estagiário. Nada justifica que, 30 anos após o fim da ditadura, uma censura de tal magnitude exista nesta tão simpática e quente (pra karalho) cidade.

Claro que o povo, coitado, alheio ao fato de que tal boato teria sido o trabalho malicioso de um funcionário recém-saído da faculdade, começou a especular sobre os desdobramentos desta tão provinciana decisão. Será que irão, na sequência, proibir minha fantasia de Chapeuzinho Vermelho?,  questionou a manicure Jéssica Jeniffer, do Ibura. O filme “ A Fraternidade é Vermelha” de Krzysztof Kieślowski terá sua exibição cancelada no Telecine Cult?, indagou o estudante de cinema Lucas, de Boa Viagem. Ainda posso usar o Vermelho Ivete, da Colorama, ou o Maça do Amor, da Risqué?, quis saber a dançarina Ingrid Macielly, do Jordão. Irá a policia militar usar óculos infra-vermelho para detectar olhos encarnados pós consumo semi-legalizado da maconha?, perguntou Jonny, do Espinheiro. Em minha defesa, disse o rapaz, a erva é verde! Mas o que não pode, respondeu a polícia, é o olho vermelho.

Enquanto isso os moderninhos do facebook, também sem saber da presepada do estagiário, marcam, em suas timelines, um mutirão para cantar Vermelho na abertura oficial do Carnaval, com ou sem o acompanhamento da voz da supracitada cantora. Mas se perguntam: e se Fafá, por costume, cantar junto, o que pode acontecer? E se ela só dublar, pode? Se cantarolar, apenas, tá valendo? A proibição também vale para assovio?

Eu, o que acho disso tudo?

Sou a Diana, não tenho partido, o meu partido é a liberdade (de expressão, inclusive).

E se o Prefeito achar ruim, dou um sobe som no “nem vem tirar meu riso frouxo com algum conselho, que hoje eu passei batom vermelho” , em outras palavras, PSB, pega tua censura e (piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii).

Se eu não cantar, eu choche.

#VaiTerVermelho e se reclamar #VaiTerDuasVezes (porque a gente adora um bis).

Este texto contém vocabulário inadequado para facistas e radicais de direita. Não recomendado para aqueles que vivem em uma democracia e lutam por liberdade de expressão. Senhores pais, tirem os ditadores da sala.

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