27 de janeiro de 2012
A casa perfeita!
O lugar tem muito verde, é tranquilo, silencioso e colorido.
Só que o contrário.
Assim é o local onde estou temporariamente hospedada: a casa dos meus pais!
Dividindo o quarto com meu filho, uma geladeira e o fogão, estou por aqui até meados de março quando conseguirei, se tudo der certo, liberar meu apartamento do cativeiro burocrático!
Já tentei agilizar o processo, pagar resgate, subornar a gerente do banco. Tudo em vão. Tentei, por meios legais e ilegais, diminuir regras e procedimentos redundantes, desnecessários ao funcionamento do sistema de moradia. Não rolou.
Me resta assumir o papel de “o bom filho a casa torna” e gozar de alguns meses sem pagar conta de luz, condomínio e telefone.
Aqui é só amor.
Só tem dois probleminhas básicos:
1 – Como toda mãe que se preze, a minha acha que eu preciso engordar! Me empanturra de guloseimas compradas especialmente para mim e Victor como se tivéssemos chegado diretamente da Somália. Estou me sentindo a Maria, da história de João e Maria, onde os dois ficam presos numa casa construída de biscoitos e chocolates. A diferença é que aqui, além dos biscoitos e chocolates tem empadas, coxinhas, tapioca, musse de chocolate, pudim de leite e todas as outras coisas com mais de 897 calorias por porção. Pra Victor tá beleza, porque em fase de crescimento um pacote de Bis é só a pré sobremesa antes do pavê de sonho de valsa.
Para mim, o crescimento tem sido no sentido horizontal, e não vertical.
O objetivo da minha mãe é que, quando meu apartamento for liberado, eu esteja pesando 283 k e não consiga passar pela porta, o que me obrigará a ficar morando aqui para todo o sempre.
2 – O segundo probleminha é que meus pais devem ter sido italianos na encarnação passada: adoram barulho. Todo e qualquer. Música, televisão (3 ligadas ao mesmo tempo o dia TODO),jogo no rádio e telefone . Tudo isso num prédio em frente ao Carrefour onde passam carros, ônibus, ambulâncias e muitos, muitos caminhões que abastecem o supermercado do outro lado da rua.
Então, no meio desta suruba alimentar/auditiva, coloco meu phone de ouvido e vou para o gloogle pesquisar minha casa perfeita.
Ela seria silenciosa, com janelas amplas, estantes com muitos livros, verde ao redor e cor. Muita cor.
Como meu apartamento novo não vai ter janelas amplas nem vai ser tão silencioso assim, vou me concentrar nas estantes com livros, em algum verde e na cor. Muita cor.
Acho que posso ser feliz com a trilogia: livros/plantas/cor!
E você, precisa de que para ser feliz?