Entranhou

2016 tá tipo quando você faz o almoço; passa três dias lavando a mão com phebo, mas a mão ainda fica com cheiro alho.

Entranhou mano.
Porque, olha só, cadê o pessoal do textão gentileza e amor para 2017? Tá tudo aí problematizando a timeline alheia.
Tá mais difícil de sair de 2016 do que da ilha de Lost.
Passei cinco dias pra conseguir ler todas as minhas mensagens de aniversário no Facebook, no limbo Natal/Ano Novo, porque entre um parabéns e um feliz aniversário tinha mais gentileza na timeline do que nutella no avião de Temer. Era tanto amor que tinha glitter até nos posts patrocinados.
Mas aí o pessoal foi tudo pra praia, cheirou protetor solar, pulou as 7 ondas de costas e 2017 chegou tipo o disco da Xuxa tocando ao contrário.
Também, era tanta gente em Noronha que aquilo virou um piscinão de ramos gourmet. Quem foi pra Carneiros enfrentou fila até pra ser queimado por água viva.
Aí geral voltou revoltado querendo descontar na rede social porque nada como jogar frustração no ventilador climatizado do camarote Chandon.
Portanto, 2016 não tem culpa se o pessoal da arquibancada não sabe brincar e quer trazer a bola de frescobol pra jogar volley quando a gente sabe, muito bem, que 2017 é um ano tênis de mesa.

Meus sinceros desejos para 2017:
Ler mais Saramago, menos Mark Zuckerberg
Assistir mais Almodóvar, menos William Bonner
Comprar mais quadros, menos vestidos
Ter mais livros, menos grupos de what’sapp