E o palhaço quem é?

Rolou pré estreia, para jornalistas e convidados, no Cinema São Luiz, do primeiro longa de Selton Melo, O Palhaço. O evento fez parte da programação do Festival de Circo do Brasil, mais pertinente impossível!

Fui com um pouco de medo.

Sei lá, esse negócio de o cara ser ator, roteirista, diretor, assobiar e chupar cana ao mesmo tempo é muito, não?

O filme começou bonito. Bem bonito. Esteticamente falando, é um dos filmes brasileiros mais bonitos que vi nos últimos tempos. A direção de fotografia tem destaque especial, mas figurino e arte fazem um casamento perfeito.

Primeiro ponto para Selton, porque, na minha opinião, uma das funções mais importantes do diretor, é escolher a equipe certa. E nisso, o cabra deve ter knowhow de sobra. Com tanto filme que ele fez, como ator, deve ter se ligado em quem, faz o que, bem! Conseguiu. Juntou uma galera de prima.

A história:

Começou mal, confesso. Caiu, pelo menos nos 30 primeiros minutos do filme, no clichê do palhaço triste.  O que era bem óbvio nos três primeiros minutos, mas ele insistiu mais um pouco. Teve até a clássica, e desnecessária frase:

“Eu faço o povo rir, mas quem vai me fazer rir?”

Não precisava. O público já tinha entendido o caráter melancólico/depressivo do personagem. Aí, quando o filme tinha tudo pra desandar de vez, melhorou. Ufa!

Alternando cenas tristes e filosóficas (com a crise pessoal e profissional do personagem) com as engraçadas (para deleite do público pernambucano), O Palhaço ficou ali, entre o trági/cômico. Conseguiu o equilíbrio. Outro ponto para Selton.

O personagem, deixa a tristeza de lado, quando, entre outros feitos, compra um ventilador. O objeto de desejo de Benjamim (nome do palhaço) tem pra cada um, uma interpretação. Terceiro e derradeiro ponto para o ator/diretor. Isso porque, ele deixa espaço, nas entrelinhas na história, para que cada um dê sua interpretação. Afinal, o ventilador teria a importância de ventilador (ventilar) se o filme se passasse no Recife, lugar quente que só a peste. Mas, como parte se passa em Minas, com cenas de frio, com pessoas de casaco e fogueira para esquentar, o ventilador perde seu caráter prático (de ventilar). Mas, mesmo assim, Benjamim sonha com o eletrodoméstico.

Quer saber? Na minha opinião o ventilador representa o Rivotril! O cara era mega deprimido, daquele que anda de ombros baixos e sempre olhando pro chão. A impressão que dá, é que é uma tristeza que vem de dentro pra fora e não o contrário. Aí, depois do ventilador, percebe que o problema não era o circo, nem seu ofício, nem seu pai. Era ele mesmo. Normal. Alguém aí se identifica? Sim, milhões e milhões de brasileiros que, presos pela rotina e pressão da sociedade, são acometidos da doença da vez: a depressão!

Com várias referências tipo Chaplin e, principalmente, Renato Aragão e seu Saltimbancos Trapalhões, acho que a crise do palhaço se confunde, em vários momentos, com a crise do seu criador, Selton. Ele deve tá nessa de não saber se casa ou compra uma bicicleta. Ou melhor, se atua, dirige ou escreve. No que juntou tudo, ficou meio pesado pro rapaz. Não sei, mas tenho a impressão de que, por melhor ator que ele seja (e o cara é bom) se ele tivesse escolhido um colega (como era a intenção original) para interpretar o palhaço, teria focado melhor na direção.

Se vale a pena sair de casa e pagar o ingresso do filme?

Muito. Além de lindo, a película puxa para a refelxão, coisa rara nos filmes nacionais água com acúcar dos últimos tempo.

Sim, a gente gosta de rir e se divertir, mas refeltir um pouquinho não faz mal a ninguém.

Próxima semana, O PALHAÇO estréia no Recife, num cinema perto de você!

Segue trailer, pra dar o gostinho!

Dos medos e afins!

Odeio filme de terror. Odeio várias coisas, mas filme de terror está no TOP TEN da minha lista.

Acho que são toscos, mal feitos e não consigo entender o objetivo de filmes feitos para assustar pessoas.

Dito isto, saibam que assisti um filme de terror nesta quarta-feira e estou, a dois dias, sem dormir.

Né lasca?

Estava eu em casa, às 2 da tarde (tá sem job, diga) quando começou o “Atividades Paranormais” na TV a cabo. Juro que só comecei a assistir porque achei a estética interessante (o filme é todo feito com câmera na mão, como se estivesse sendo filmado por um dos atores).

Aí foi indo, foi indo, até que começaram as atividades paranormais propriamente ditas.

Até aí, tudo bem. Nada de pânico.

O problema começou quando descobri que o filme é baseado em fatos. Tipo assim: aconteceu de verdade!

- Victooooor, vem dormir comigo, pelamordedeus.

Não adiantou. Mesmo com ele roncando do meu lado, não dormi.

Num jantar em família, ontem à noite, minha irmã disse que também não tinha dormido.

Ela viu o filme? Não.

Não dormiu com medo da gangue de crianças que, por esses dias, fez arrastão num hotel. Ela jurava que elas (as crianças demoníacas) iam vir de São Paulo e invadir o apartamento dela à noite.

Já meu irmão diz que não dorme toda vez que vê o saldo da conta bancária.

Cada um com seus problemas.

Mas, se tudo nessa vida tem solução, seguem soluções para seus medos:

Se tem medo de trombadinhas, se mude do Recife.

Se tem medo do seu carro ser engolido por um buraco, se mude do Recife.

Se tem medo de ET, objetos voadores não identificados ou chupa-cabras, não assista o Fantástico.

Se seu medo é o fim do mundo, não leia a Veja.

Mas colega, se seu medo é de assombração, não assista Atividades Paranormais. Sério mesmo.

Ou, assista e ligue pra mim de madruagada pra ser minha companheira de insônia involuntária.

Segue o trailer (porque eu odeio sofrer sozinha):

“Paranormal Activity” – Official Trailer [HQ HD] from MovieTrailer on Vimeo.

Falta muito Papai Smurf?

Se você tem mais de trinta, já entendeu o título.
Se não, eu explico: OS SMURFS VOLTARAM. O desenho animado mais fofo da minha geração virou filme e estréia em Agosto.
obs- MUITA atenção na Smurfete com figurino de Marylin Monroe. LUXO.
Segue trailer:

O Recife é FRIO (pelo menos na ficção!)

Imagine a cena: Recife 7 graus durante o dia e 4 graus durante a noite!

Pois é, depois de uma estranha (íssima) mudança climática , a cidade passa a ser mais fria que Curitiba e cachecol  mais popular do que água de coco! Isso, pelo menos, na imaginação fértil de Kléber Mendonça (aquele crítico de cinema que adora falar mal dos filmes dos outros).

Confesso, sempre tramei uma vingança secreta contra kleber (que eu admiro de paixão). Tipo: “É muito fácil falar, quero ver ele fazer”! Quebrei a cara! Ele faz e faz bem feito.  Depois de O Enjaulado, A menina do Algodão, Vinil Verde ….entre outros filmes, o crítico/cineasta/superphoda Kleber acertou de novo!

Depois de ganhar mais de 40 prêmios pelos festivais do país (momento orgulho de ser Nordestino), finalmente o filme chega em DVD pra nós pobres mortais assistirmos.

O RECIFE FRIO realizou um desejo secreto de TODAS nós amantes da moda: ver os recifenses com roupa de frio! Tem coisa mais hilária do que assistir uma roda de ciranda, em plena areia de Itamaracá, com pessoas vestindo luvas, casacos e botas? E o Capibaribe congelado? E Lia de Itamaracá usando (lindamente) uma estola de pele! Impagável.

Nascemos tropicais mas….morreremos tropicais?É a pergunta que não quer calar.

O filme faz MUITO mais sentido pra quem é nascido e criado no Recife. Não que, não dê sua mensagem ao mundo (afinal ganhou um monte de prêmio lá fora inclusive na gringa), mas quem é daqui pode aproveitar todos os 24 minutos do curta metragem como ninguém mais. Afinal, nem todo mundo vai entender quando o slogan da Prefeitura passa a ser “A GRANDE OBRA É AQUECER AS PESSOAS”. OBS – Pra quem não é do Recife, uma explicaçãozinha rápida: há 10 anos que o slogan da nossa cidade é “A GRANDE OBRA É CUIDAR DAS PESSOAS”.

Kleber diz ser   “um lamento de amor pelo Recife”.  Então, se você é bairrista como eu e gosta de um bom filme, o Batida indica RECIFE FRIO.

Onde encontrar? Na Livraria Cultura por R$16,00.

O mundo acontece em Paris (palavras da Barbie)!

Visualize a cena: Barbie leva um pé na bunda de Ken e é demitida do emprego! Qualquer pobre mortal ficaria, no mínimo, com uma depressãozinha básica (estilo “só Rivotril salva”). Mas não a galega peituda americana (leia-se, a Barbie). Ela resolve largar tudo e ir para Paris trabalhar num atelier de alta costura da sua tia. Corta.

Cena dois (já até falei dessa cena aqui): Maria (4 anos) chega na sala em desabalada carreira gritando: “Mãe, vamos para Paris! O mundo acontece em Paris”

-Oi?

Será Maria uma super dotada que quer conhecer o LOUVRE aos 4 anos de idade? NOT.

Ela quer mesmo é ir fazer umas comprinhas lá na cidade luz!

Ok, até aí vocês já conhecem a história. Como já faz quase dois meses, achei que Paris era passado. Então, semana passada na casa dela:

Eu – Maria, amanhã vamos pra Tamandaré. Massa,né?

Ela – Tamandaré é muito chato. Eu quero ir pra Paris!

Eu – Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, quem deu essa p…. desse DVD pra essa menina?

O DVD a que me refiro é o filme BARBIE MODA E MAGIA e quem deu….fui eu! Claro né! Era sobre moda, eu gosto de moda….logo achei que o filme era bacana. NOT.

Barbie é uma loka consumista que só quer vestidos que brilham (graças a fada GLITER) e que passa o filme todo cantando: “A vida é moda e magia”. Hummm, acho que o pessoal lá do morro do Alemão não concorda muito com essa frase não.

E se engana quem pensa que só quem vive no mundo rosa da Barbie são menininhas de 4 anos. O estilo Barbie de ser é bemmmm difundido no mundo adulto.

Não vou entar numa de texto reacionário não, viu? Não vou falar mal da pobre da Barbie nem dizer que crianças do Nordeste só deveriam brincar com bonecas morenas de cabelo cacheado! Nada disso. Até gosto da galega mas os filmes…..ninguém merece.

Então, fica a dica para as mães que pretendem dar o DVD from hell para suas pimpolhas: a menos que você pretenda visitar Paris em breve (inclusive já tenha passagem comprada) não é uma boa ideia. Vá por mim! Sua vida vai virar um inferno e você vai começar a odiar Paris.