Ácaro é boia

Recife

Céu parcialmente nublado.

Temperatura entre “que frio estranho” e “vou ficar de meia em casa”.

Umidade relativa do ar em torno de “a toalha não seca nem fudendo”.

Aparentemente Elsa deu um let it go no Recife e quando Silvio Santos perguntou “vocês querem trocar esse calor dos infernos por uma brisa esquisita”, a luz vermelha acendeu e a gente gritou em coro: simmmmmmmmmm.
Pronto, estava armado o golpe que derrubou anos de reputação da cidade mais quente do mundo.

Cai o pano.

Seria altamente oh yes ver vários pop ups se abrindo na sua cabeça te dizendo “que frio legal” , “estou me sentindo na Europa”,”Recife deveria ser sempre assim” até você lembrar que suas roupas de “frio” estão todas cheias de ácaros dançando despacito em ritmo de frevo.

O pensamento “adoro esse clima” dura exatamente dois dias e meio. Porque, velho, na moral, esse frio atingiu todos os níveis de alvo errado. Era pra ser, no máximo, em Gravatá ou Garanhuns, porque Recife não tem equilíbrio emocional nem alérgico para 22 graus.

Podem rir gauchos. Podem zoar paulistas.
Mas 22 graus é frio, mano.

Um dia fazia 33 graus e, na calada da noite, ventos alísios vindos do imaginário coletivo polar, sopraram nos arrecifes nordestinos. Agora, recifenses acostumados com chinelas e camisetas, se vêem vestindo o moleton do Epcot Center que algum parente trouxe da Disney em 1997.

Dica do dia: nada de havaianas nessa chuva, viu crianças? Lembrem que aqui os ratos não são o Mickey e leptospirose não é o novo sabor do Yakult, tá?
Que barra. #RecifeFrio #ácaroéboia

Carta ao Ilmo. Sr. Inverno.

Caro Sr. Inverno,

Venho através desta, reivindicar nosso direito a um inverno razoavelmente digno. Coisa simples, que meia dúzia de nuvens resolveria.

Imagino que o Sr. tenha ficado preso no trânsito para justificar esse atraso. Já estamos nos finalmentes de Maio, mas o calor é de Janeiro e a seca a maior dos últimos 45 anos.

Não me venha com essa conversa mole de efeito estufa causado por um punhado de garrafas pet ou problemas na camada de ozônio. Por aqui estamos ocupados com os trombadinhas da Agamenon, o preço da passagem de ônibus e o trânsito que não anda. Então resolva seus probleminhas domésticos por aí enquanto a gente resolve os nossos aqui.

Por falar em efeito estufa (carinhosamente apelidado no Recife de efeito cuscuzeira), uma boa solução seria derreter logo essas tais calotas polares e mandar a água que sobrar lá nos pólos, que pelos meus cálculos deve ser muita, pra cá. Mesmo ainda relacionando calotas com as rodas dos carros (por freqüentar mais oficina do que ambientes científicos), a transposição desse gelinho derretido deve ser mais fácil que a transposição do São Francisco que, diga-se de passagem, está difícil de acabar. Com projeto pensado desde a época de Dom Pedro II, com discussão retomada em 1943 por Getúlio Vargas e em andamento desde 2004 (com obras iniciadas em 2007), imagino que os trabalhos dessa transposição sejam como Olimpíadas, só acontecem a cada quatro anos. Não sei o que rola entre uma olimpíada e outra, o fato é que o negócio num anda. Então, vamos apressar esse derretimento das calotas (de gelo e não dos carros), senão a gente vai começar a tomar banho com água do mar (se ele também não evaporar).

Precisamos do inverno e precisamos com urgência. Alguns motivos me levam a fazer esse apelo:

Motivos fúteis: o calor derrete a maquiagem, deixa o cabelo oleoso e não permite a gente usar botas nem as tendências de inverno que o resto do mundo usa.

Motivos importantes: o povo do sertão está com sede e fome. O gado está morrendo e mais de 90 municípios de Pernambuco já decretaram estado de emergência.

Enquanto nossos políticos estão ocupados com coisas  “importantes” como eleições internas de partido e sucessão de cargos, contamos com sua ajuda, Sr. Inverno, para soprar uma brisa e trazer umas nuvenzinhas para cá.

Agradeço desde já sua compreensão e atenção. Sem mais, despeço-me com elevada estima e consideração.

Atenciosamente, Téta Barbosa

Dica da leitora!

Sim, caras colegas de trabalho, nosso blog segue firme rumo à democracia! Ontem inauguramos a categoria LOOK DO DIA DOS OUTROS e hoje, tenho  o prazer de apresentar a categoria DICA DA LEITORA.

E, para estrear , hoje a dica vem de Emídia.  Jornalista e leitora do Batida Salve Todos, ela mandou o seguinte email:

“Oi, Téta!

Vi seu blog e adorei. Resolvi compartilhar uma experiência nesta nossa #Raincife:
vendi o carro e estou andando a pé. Então meus pés – e meus sapatos – estavam sendo massacrados não só pela água, mas por toda imundície que acaba vindo com ela. Resolvi comprar galochas. Quem disse que eu encontrei? Só em dois dos quatro sites que achei e mesmo assim com frete que dobrava o valor. Nem as de pedreiro, porque meu pé é 35 e só tem a partir do 37. Então resolvi driblar a “culpa” e gastar uma grana nas botas Melissa. A primeira prova de fogo foi ontem (olha por onde conseguimos passar http://twitpic.com/4tf2n3) e foi engraçado também que muita gente ficou olhando para elas – fiquei até pensando que tenho que ter cuidado com assaltos (sério!). As bonitas são essas: http://twitpic.com/4tfe1h Comprei na Club Fun do Tacaruna, mas sei que na Jelly do Shopping Recife também tem.
Vou virar sua leitora agora.
Bjs “

Bom, a Melissa que a Emídia comprou é a Melissa Having Tricot, da coleção inverno 2011. Tem preta e vermelha!

No Jornal Hoje saiu uma matéria ótima falando dos acessórios para os dias de chuva. E, por coincidência, mostra justamente a bota que Emídia comprou. Ou seja:  Emídia querida, você acertou em cheio! Sua nova aquisição é mega tendência e você vai sim, abalar em Raincife.

Pra assistir a matéria, é só clicar AQUI!

Mil beijo e obrigado pela dica!

Então, povo do Recife, agora além de mandar fotos com o look do dia, você também pode contribuir com sua dica fashion. Viva a democratização da informação.

Preview outono/inverno by C&A!

Amo a C&A e o pré-lançamento de outono/inverno quase me empolgou. Amei os Oxfords….mas por enquanto, só! O clima perua piriguete das peças de oncinha ainda não ganhou me coração. Quem sabe me breve.

No fundo acho que tudo depende da produção. Um print de oncinha bem acessorada pode ficar luxo e riqueza mas…pra errar é como quem vai ali e já volta.

Conexão Recife/Amsterdam/Zurique!

Jú Bianchi (nova colaboradora do Batida) passou o mês  viajando (podre de chic).  Ela aproveitou o rolé internacional e tirou umas fotchênhas pra a gente saber como o povo das bandas de lá anda se vestindo!

Pelo jeito o trio calça skinny+casaco+ bota (SEM salto) é quase farda em Amsterdam. Acho que o frio é  tanto que as coitadas nem tem muita opção,né? Devem morrer de inveja da gente que pode usar vestidos e saias em qualquer época do ano!

Pra compensar a falta de opção no figurino, olha só as opções de lojas! Jú Bianchi tirou fotos das vitrines em Zurique só pra a gente morrer de inveja!