21 de agosto de 2011
Eu sou primavera, e você?
A semana começa numa segunda e acaba num domingo (a minha, pelo menos).
É assim, toda semana.
Todo ano. O ano todo. Até que chega primavera.
E ela chega mesmo que você esteja ocupado demais assistindo Faustão. Mesmo que você nem goste de primavera. Ela chega mesmo assim. E nem avisa. Muito da espaçosa essa primavera, se você quiser minha opinião.
É bom estar preparado, porque além de espaçosa, a danada tem TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). Vai dizer que você não sabia que até as primaveras tem direito a uma esquizofreniazinha, de vez em quando? Não chega assim a ser um caso grave com receita tarja preta de rivotril. Isso é coisa pro inverno. Ela só tem TOC, nada muito sério.
A primavera é chegada numa faxina. Limpeza. Reforma. Mudança. Renascimento, seria a palavra mais apropriada.
E pra renascer, logo se deduz que tem que morrer antes.
Ninguém disse que ia ser fácil.
Ou você estava achando que era só colher umas flores, fazer uma metáfora poética com o plantar/florescer da vida e pronto?
Não, meu filho, pra renascer tem que necessariamente, morrer antes.
E vamos combinar que ninguém, em sã consciência, está preparado para morrer, assim de uma hora para outra, né?
Eu morri sábado a noite.
E renasci hoje pela manhã, com Maria numa sementeira aqui perto. Junto com as flores (por mais piegas que isso pareça). As primaveras são assim mesmo, piegas. Dariam, inclusive, um ótimo livro de auto ajuda.
Eu não gosto de livros de auto ajuda. Mas gostei de ser primavera!
“Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre inteira.” Cecília Meireles (num momento auto ajuda)